Editorial
Vidas preservadas
A Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) divulgou ontem seu balanço mensal de criminalidade e destacou um dado importante: maio de 2023 foi o mês com menor número de homicídios no Rio Grande do Sul desde que as informações passaram a ser contabilizados de forma integrada pelo governo gaúcho, no ano de 2010. Conforme o levantamento, 106 pessoas foram vítimas deste tipo de crime.
Ainda que o fato de mais de uma centena de pessoas terem sido assassinadas no Estado no mês não possa ser considerado algo a ser celebrado, o fato é que um resultado de queda nos homicídios sempre merece registro como um alento. Afinal de contas, o Brasil segue um dos países mais violentos do mundo, com mais de 110 mortes por dia (40,8 mil no ano passado). No caso deste dado do Rio Grande do Sul, as 106 vítimas de maio significam 20,3% a menos que no mesmo mês de 2022, quando 133 gaúchos perderam a vida em homicídios.
No mesmo sentido, também se destaca a redução pela metade no número de feminicídios (assassinato de mulheres tendo como fator principal o gênero): cinco, enquanto em maio do ano passado foram dez registros. Na comparação dos primeiros quatro meses do ano de 2022 e 2023, a queda foi de 29,1% (de 48 para 34 casos). E os registros da SSP indicam ainda a ausência de latrocínios no mês passado, ante cinco do mesmo período de 2022.
Vale sempre reforçar, novamente: o fato de 140 cidadãos e cidadãs terem sido vítimas fatais da violência no Rio Grande do Sul em apenas 31 dias (média de nove a cada 48 horas) continua sendo um absurdo e motivador de reflexão quando a políticas capazes de lidar com o problema. Contudo, há, no geral, um inegável avanço obtido no combate à criminalidade no Estado. Seja por conta da ampliação do uso da inteligência, pelo equipamento das polícias ou por reforço de efetivos - ainda que sigam muito aquém do necessário -, os resultados estão aparecendo.
Embora não seja uma questão de simples matemática, é possível deduzir que baixando o número de mortes das 186 de maio do ano passado, entre homicídios, feminicídios e latrocínios, para as atuais 140, verifica-se um saldo positivo de 46. São gaúchos e gaúchas que tiveram sua integridade mantida. Um sinal de que é possível obter ainda melhores resultados na prevenção e combate às mortes violentas. Até chegarmos ao dia em que nenhum cidadão trabalhador precise estar em permanente estado de alerta nas ruas, com medo de entrar para as estatísticas.
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